Os ogros da vida

Pouco nunca foi muito

Inocência tem de sobra

Trabalha que nem saúva

Ultrajado que nem cobra

É um coitado na vida

Uma alma vil e sofrida

Mas finge que o lucro dobra

Pobreza possui demais

O inocente rapaz

Bebendo o lucro da obra

Repete qualquer fuxico

E diz conversa fiada

Inveja a vida de rico

Não poupa nem a cambada

Vai a pé para o trabalho

E volta num quebra-galho

Jocoso e com risada

Ostenta alto o pescoço

Sorvendo água de poço

Ou seja, não é de nada.

Bosquim
Enviado por Bosquim em 11/07/2015
Código do texto: T5307803
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