Passo próprio, ventania!

Era tanta alegria...

Radiante jaz o semblante,

inato traço de ouro beligerante.

Kamikaze, cara a tapa, cara à vida,

amante louca e rouca destemida.

Raiava-lhe o desejo do beijo

escondido na palha de fogo aceso.

Gemia a chama de trama intrincada,

indomável flama na canção entoada.

Não vai ela como ia Maria,

anda lá e cá de passo próprio, ventania!

Canoa quebrada, maresias, enseada,

ondas de mar bravio, arrepio de águas tensas,

rodopio, rodopio de voltas imensas.

Roda a relva e a selva que se adensa

embaraçando o que se pensa perigoso.

Aparatoso é teu jeito na inexistência do defeito.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 14/05/2007
Código do texto: T486713
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