Metamorfose Ambulante
Molhou os lábios com a saliva alheia
E explorou cada centímetro deste corpo, que é seu abrigo
Tomou um gole de absinto à Lua cheia
Aguçando os sentidos ao toque amigo
Mordiscou, levemente, a orelha esquerda
Osculou o peito ofegante e eriçado
Revelou-se por inteiro, em todo o seu mistério.
Fostes há tanto desejada, e eu
Outrora desconhecido entre tantos mais
Sendo preterido, não declinava
Esperava, pacientemente, um momento meu
Aumentam as carícias, alastram-se, devastam
Minhas mãos viajam em toda a sua extensão
Bocas, braços, barrigas...
Unhas, umbigos, mais uma taça de vinho
Lambeu uma gota que me escorreu
Ao canto da boca, e
N'outro movimento
Tomou-me num beijo frenético
Então, atingimos o clímax, sincronizadamente.