Metamorfose Ambulante

Molhou os lábios com a saliva alheia

E explorou cada centímetro deste corpo, que é seu abrigo

Tomou um gole de absinto à Lua cheia

Aguçando os sentidos ao toque amigo

Mordiscou, levemente, a orelha esquerda

Osculou o peito ofegante e eriçado

Revelou-se por inteiro, em todo o seu mistério.

Fostes há tanto desejada, e eu

Outrora desconhecido entre tantos mais

Sendo preterido, não declinava

Esperava, pacientemente, um momento meu

Aumentam as carícias, alastram-se, devastam

Minhas mãos viajam em toda a sua extensão

Bocas, braços, barrigas...

Unhas, umbigos, mais uma taça de vinho

Lambeu uma gota que me escorreu

Ao canto da boca, e

N'outro movimento

Tomou-me num beijo frenético

Então, atingimos o clímax, sincronizadamente.

Geraldo Meireles
Enviado por Geraldo Meireles em 11/05/2007
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