A todas as mulheres do mundo...







Ainda que me perdesse ,imenso deserto
Não me sentiria,deveras,esquecido
A tua saudade me levará a ti,por certo



As aves,então, emudeceram o canto ...
Não percebiam ,enfim,o seu real sentido.
Deveras,estranho sussurro fora ouvido.
Rolava,sobre a face fino ribeiro de pranto,
Era ternura a queimar,posto que é chama,
Ah!Assim,percebe quem,realmente,ama!



Os últimos raios despedem da tarde
Lentas horas santas,no findar do dia
Gota d’orvalho cai na flor sem alarde
As notas ecoam etéreas da Ave Maria

Lá,em algum recôndito campo silente
Inspiração de quem,no claustro, ama
Ah!Que finge não sentir,todavia sente!

Beijei,enfim,seus rubros,e quentes lábios ,
Em longo abraço,comprimi seios macios,
Recolhi suas mãos nas minhas,doce afago,
Nasceram no frio d’outono dois frutos sadios!
A calmaria chegou qual silencioso lago...
Diante a altar ornado de flores pelos passarinhos,
Enfim,jurei por um amor,deveras,perene cio,
Talvez,a querência tão mansa ,mavioso ninho.
Eis que ternura,ao tempo resistirá,ainda que num fio!

Ela ,por certo,em deslumbrante estrela
Veio,sorrateira ,sorridente e bela
Ah!Que tolo e cego,custei a vê-La!

Gardenia azul de suave perfume,
Aspiro teu aroma suave e tão doce...
Relembro tua face,como se,hoje fosse
De um tempo do amor,sem queixume.
Envolta em densas brumas,bela,por sinal,
Nascido de um jeito estranho,porém, real.
Idílico sonho ,chama que não apaga o lume,
Ah!Que beber deste sumo,foi o meu mal!

As dores que comprimem,fundo o peito
Deixam rotas fissuras,no coração exangue
Afeto insano manifesta em louco jeito...


Amar seria uma viagem amena
Remando num barquinho a vela
Arrumaria o altar com ramo de açucena
Cantaria uma cantiga de roda para ela
Inventaria um riachinho de esperança...

         Bem me lembro que um dia,
        Entre as belas flores nasceu.
        Aquela menina que parecia,
        Ter iluminado os dias meus .
        Rezo a cada momento doce,
        Imensa paz ,ventura na vida.
        Zafira como uma estrela fosse!

obs Zafira significa graciosa


Leve qual fina pétala,assim,flutua
Incenso doce da flor branca do lírio
Louca,minh’alma chora,cruel martírio
Imagem ou sonho da real formosura
Amar-te ,na tua ausência,fria clausura
Não sabia,enfim, razão de meu delírio




Mas,como findar da noite mais escura,
Agonia enfraquece os fortes laços!
Raiava,enfim,o tempo de gentil ternura,
Ínvio caminho abriu-se em sonoro regaço.
Alento seguro ,silente,oculto em teu abraço...

 
 
 
Tivesse,por um instante sonhado,
Alguma lembrança,quase esquecida...
Nela,sei,o bem maior de minha vida,
Iria com saudade,rever doce passado,
Alegria d’infância não fora, perdida!
 

as demais estão nas entrelinhas destes versos...
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