Coração Irrequieto
 

Contenho o coração irrequieto
Ao me aproximar do teu balcão,
Mas meu coração, sempre indiscreto
Insiste em agir contra a razão.
Lamento os meus setenta já completos
Além da insensatez desta paixão!
 
Como evitarei o ígneo dardo,
A seta afogueada de Cupido?
Lutar eu luto, mas me dobra o peso
Do doce fardo de um amor bandido.
E eu curvado, assim, ao doce jugo,
Inalo este veneno e não refugo.
Rompa-se o peito sacudido,
Aceito o inquilino e me alugo!
 
Bradou minha razão seus argumentos.
Atenta aos perigo que me cerca;
Ridente o coração desavisado,
Resmunga e me deixa a mente incerta...
Ousada é a razão? Sou desatento?
Só ouço um coração enamorado!
 
Manhuaçu(MG), 06 de abril de 2.014, 22:07 horas.