Espinho.

Eis a terra que nos abraça e nos dá porto

Sentinela atenta deste mar de azul infinito

Ponto de aconchego que nos dá conforto

Iludindo toda a dor, e sarando todo o conflito!

Ninguém como tu, tem esse dom de sossegar

Humana quase és, e confidente sem igual...

Olhar-te à tardinha, a ver o sol se deitar

Raia-nos os olhos de água, e as narinas de sal...

Alma enorme do teu povo de mareantes

Incomum gente que te sente e que te cerca

Nas lides da pesca e no lazer dos veraneantes

Há no teu mar um abraço que a todos aperta!

As ondas desse mar chegam-te às calçadas

Do nada surgem, intensas e altivas

Alvoroçando as gentes, que fogem abraçadas...

Correndo em fuga das tuas marés-vivas...

Obra Divina de um Deus justo e perfeito

Sonho de chão que gera prazer e bem-estar

Tens no teu ar, algo de estranho e suspeito

A que não sei dar nome, mas que nos obriga a ficar...

Velas por todos nós, filhos de sangue, ou não...

E a todos nós te dás por inteiro!

Rainha Da Costa Verde és tu por definição

Deste povo que tem honra em ser Vareiro

E faz de ti a terra maior desta Nação...

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 04/09/2013
Reeditado em 23/01/2024
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