Deusa Lua
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Frio, demasiado frio...
E a ventania se adensa;
Respingos do orvalho,
Navegando nesta silente manhã,
Arrepiam-me os pelos dos sentidos.
Nuvens sobre mim.
Distante, acima, no horizonte,
A certeza da existência de Deus.
Nele, o que cinza será, volatilizando-se,
Unge-se, erguendo-se em Santuário.
Nenhum retoque, pois que é Santo!
E nenhuma ponderação – a arte se basta.
Sim, o perfeito não exige reparos.
Distante, imaginando o primeiro toque,
Ergo-me... E o monstro, vibrante, quer pulular!
Um dia, sem pressa, haverá o banquete.
Sentados, a dois, depois do flerte,
A vida se restringirá a sons guturais, ah!
Leio e releio tudo o que sinto, que pavor!
Urgentemente, preciso reaprender e buscar...
A vida que alinhavamos, ela quer nos amparar.
Buenos Aires, 18 de Julho de 2013.
1h58min
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