MEU SUAVE AMANHECER DOMINICAL NESSA MADRUGADA
Meu corpo sente o impacto
Estremeço e dou um pulo
Um meteorito caiu, penso eu
Só pode ter sido em mim
Uns segundos em perplexidade
Até conseguir mover-me
Viro o rosto devagar
Escuto meu marido imóvel
Ah Meu Deus! chamo por ele
Meio grogue me responde
Assustado dá um salto
Não sabe o que aconteceu
Hesitante, olha ao redor
Então me fulmina com os olhos
Constrangida, sorrio amarelo
Enquanto contemplo um vulto cinza
Ronronando em nossa cama
Divertida à nos olhar
Ora essa! É madrugada
Meu marido resmunga entre dentes
Indignado com tanto escarcéu
Na surdina saio do quarto
Insensível! penso eu...
Como poderia adivinhar
Ao levar tamanho choque
Lá pelas cinco da manhã
Noite ainda, por sinal
Embalada em doce sono
Sonhando que navegava
Suavemente em ondas calmas
Aspirando o cheiro do mar
Mas eis que a gata mimada
Após um voo maluco
Despenca sobre meu corpo
Rindo talvez de meu susto
Um tanto cômico, por certo
Gerando um Deus nos acuda
Até conseguir com astúcia
Despertar-me totalmente
Ai, que sono sinto agora!