Natália
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No olhar,
A expressão de um desejo.
Tua pele, irretocável,
Ávido desejo me causa...
Lindos – os teus cabelos!
Irresistível,
A sedução do batom.
Penso que olhas para mim, acreditas?
Imagino... Ah, quanto devaneio!
Navegar, com as mãos bobas,
Hierarquizando a gradação dos toques.
Entre um e outro sorriso certeiro do teu olhar,
Invento o arco-íris das tranças negras,
Reveladas nas madeixas que ousei tocar.
Ousei, ousaria, ouso... Mas silencio.
Farandolar o que escondo em mim,
Alvoroçaria a humanidade inteira...
Beijar uma tela, tocar sem sentir;
Retumbar-se diante do silêncio imortal.
Ímpio homem, cruel e carrasco de mim,
Contradigo as profecias e do jasmim,
Interponho, entre um sim e o não,
O holocausto de sentir-me a dois, estando só.
Buenos Aires – Argentina, 13 de Dezembro de 2012.
00h21min
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