.:. Stéphanie .:.
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Seu olhar, seu corpo, sua alma – o seu existir...
Tudo em você e de você, menina, é divino!
É dom gratuito, espanto risonho da vida plena,
Permeando entre a doçura sutil e o delírio.
Horas a fio já me detive observando, sonhador.
A perfeição das curvas, o convite da boca...
Nada, simplesmente nada de mim escapou!
Imagens são percepções que nos abrem o corpo.
E após o espanto, ficam o desejo e a timidez.
Loucura desejar assim tão intensamente no silêncio?
Afinal, por que a discrição se meus olhos me denunciam?
Como é bom poder apenas observar. Ah, quanto desejo!
E que a magia da sutileza que me desperta e me prende,
Tenha o condão de despertar o outro lado que acende...
Doar-me-ia todo, e aos pedaços também... Por um beijo!
E me tornaria pleno, sem mais delongas, ao furtivo toque.
Ah, meu bondoso Deus! Agradeço a felicidade da viagem...
Revigoro-me e me realizo, sempre, depois da estiagem.
Reluzente, ela aparece, entra e o mundo para, espantado!
Urge esquecermo-nos de tudo. Afinal, na meiguice dos passos,
Deambulando entre a porta e a silenciosa cadeira fria,
A rainha da paisagem faz ressurgir o sonho e a fantasia.
Melodrama? Exagero poético? Extravasamento sem calma?
Engano... O peso desses versos está na força da musa.
Linda, linda, linda! Loucamente líder de todas as luas cheias,
Leve e soberana, dispensando qualquer apresentação...
O que fiz e ousei neste poema foi cultuar de uma alma.
.......
Sonho
Todos os dias...
É verdade!
Por você...
Horas
A fio.
Não sou louco.
Imagine
Esse intuito é por você.
Lembre-se dos sonhos.
Ainda consegue?
Como rainha, menina, criança...
Eis que surge, de repente,
Tudo o que você desejou.
Decerto, agora, depois da adolescência,
Esquecemo-nos das travessuras da infância...
Aonde você vai, minha rainha?
Reviver os sonhos?
Rebuscar na memória,
Unicamente,
Doces e sutis desilusões?
Ah, que peninha... E a memória?
Memória... Recorda o primeiro beijo?
Ele fez tremer tudo, não foi?
Levemente, houve o contato;.
Loucamente, surgiram as pulsações...
Ousaram e, felizes, deram-se as mãos.
.......
Sinto o toque da ausência.
Toco você, mesmo distante.
Éramos olhares.
Poupo a pouco,
Hediondos desejos,
Alheios ao meu desejo,
Não me permitiram fugir.
Incomodado pela timidez,
Esperei, silente, contrito.
Loucura esse meu sonho.
Almejo uma deusa...
Como um plebeu,
Errante,
Tocaria tão nobre corpo?
Dois corpos, duas bocas e muitos desejos...
Entre as carícias, o prazer do seu grito!
Arde em mim uma chama fumegante.
Raios daquilo que sinto me incomodam...
Reflexo da beleza e do desvario,
Ungido pelo espectro da casualidade,
Dedico este instante, pleno e delirante,
Ao nascer da idolatria – sou todo seu!
Meu corpo, estático, pulula... Acredita?
Ele tem espasmos e convergem as mãos...
Leve, levianas... Elas contracenam.
Leia isso e me proclame, bendita,
O felizardo homem, o seu mecenas.
.......
Suor, aparente espanto...
Tudo parecia em paz.
Ésquilo, em toda tragédia,
Pensaria: “Que encanto!”
Horas paralisantes...
Agonia, medo.
Não precisava de tanto,
Imagine,
Estávamos em deleite!
Ler – não conseguia.
Afinal,
Como estar à vontade?
Entre as mãos frias,
Tatear o papel era agonia.
Deusa, acalme-se! Pensei...
Esboce um sorriso, ele arrebata!
A voz trêmula tremula...
Relendo os alfarrábios,
Respingos da desilusão,
Uma e outra palavra surge,
Delirante,
Anunciando o medo.
Mas, sem perdão,
Eis que comentam:
Loira, “Legalmente loira!”
Leia, copie, cole... Saia do transe!
O mundo parou e acordei.
.......
Ser
Ter
É tudo estado...
Poder
Haver
Assuntos de ilusão.
Negar
Impedir
Esperança, prefiro.
Levitar
Acariciar
Causaria isso em mim?
Espero, sem pressa,
Todas as carícias.
Delirar...
Espere, estou em transe.
Amar
Receber...
Relíquias do tempo.
Ungir
Deitar...
Assim é bom demais!
Melodiar
Encantar
Levito ao seu lado...
Lado, ladinho, de lado,
Ousaria assim estar.
Crato-CE, 13 de novembro de 2012.
22h38min