Vai passar - Modernidade
Por anos e anos queimava em febre,
Ardía-me o peito, cabeça, e cada membro.
Se estendia a dor, se espelhando pelos trilhos da pele,
Se entranhando, roendo, consumindo sem me dar alento.
Agora já não tinha mais forças e, de nervoso,
Ria. Em vão tinha esperado e tentado lutar,
Ingloriosos remédios vermelhos foram usados,
Nada parecia resolver. Quando parecia melhorar um pouco,
Havia recaídas com crises repetidas e regulares.
Ora, amanhã será outro dia e isso vai passar.
“Esses que por aí estão atravancando meu caminho,
Outros passarão, eu passarinho”