.:. Não sei por que busco .:.
.:.
A unidade não me pertenceu nunca.
Trancar-me num único devaneio,
esquecendo-me que lá fora, silente,
existe um frio mundo em polvorosa,
torna-me recalcitrante louco, demente...
Por que há tantas perguntas ao me ler?
Por que tantas associações de liberdade?
Se as palavras são resquícios da alma;
se há desejo de novo amor, primeva paixão...
Houve amor traindo ideários de verdade?
Desejo sempre! Busco sempre!
Mas houve singela traição, também...
Em tempos priscos, quando o amor,
apesar da sua imutabilidade,
era sentido sem a máscara do fingimento.
Ó Deus, estão me resgatando os fantasmas!
E meu peito aberto, expondo as feridas,
surpreende-me... Não existe mais nada!
Curei-me, e, recordando, dou gargalhadas...
Mas... Por onde andará meu amor entorpecente?
Sim, existem buscas! Sim, existe o medo...
Quando me revelo e me torno frágil, irrequieto;
quando retiro todo o aparato protetivo;
as respostas que me assombram, todas elas,
são incisivas e me mostram: feche as janelas!
Juazeiro do Norte-CE, 20 de setembro de 2012.
10h51min
.:.