MPR 3
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Meus versos não buscam intimidar.
Afinal, toda beleza, a divindade feminina,
Sensível inspiração de todos os poetas...
Levita entre o sonho e a irrealidade do toque.
Ousar é marca de quem sonha, sem ter;
What? Ah, se os desejos se traduzissem...
Assim como os medos, eles apavorariam!
Pintarei esta tela em palavras unicolor.
Intenções que se transmutariam com o tempo...
Não que os pincéis da textualidade e do amor,
Hodiernos instrumentos de um passado pleno,
Especulem a causa primária do sonho: o amor.
Imponderável tempo, amigo das horas vãs;
Restaure a primeira letra que desejei compor.
O “M” é de mulher, mas existe também no amor.
Reticências...
O que significaria escrever sem ponto final?
Ditoso travessão – amigo que expressa um falar,
Risque de sua tela meu singelo professar...
Insurja-me noutro ponto, por outro ângulo,
Guiando-me entre as vírgulas e os pontos...
Unte-me de sabedoria, encha-me de exclamações;
E, depois de muitos rodeios, de muitos parágrafos,
Sintetize tudo após dois pontos: linda mulher!
Crato-CE, 15 de setembro de 2012
23h49