AMOR POR ULISSES SERÁ ETERNO

Ulisses é o herói duma saga relacionada com a Guerra de Tróia. É a primeira figura da Odisseia e uma personagem importante na Ilíada.

Era filho de Laertes e rei de Ítaca; na sua juventude, teria sido um dos muitos pretendentes à mão de Helena, que viria a ser a esposa infiel de Manelau e causa da Guerra de Tróia. Casou com Penélope, que lhe deu um filho, Telémaco. Forte guerreiro e bom chefe militar, foi ele que concebeu e executou a "operação" do Cavalo de Tróia, cujo sucesso abriu as portas dessa cidade aos Gregos, que logo a tomaram.

De regresso ao seu país, teve uma viagem tormentosa, na qual passou por múltiplas aventuras (amores e desamores) viagem que demorou uma década. Chegou ao seu palácio, disfarçado, aí encontrou um grupo de pretendentes à sua esposa e ao trono. passado anos da tomada de Tróia, todos se convenceram de que Ulisses havia morrido no mar pela demora, ninguém sabia das suas aventuras e desventuras amorosas. Os pretendentes à mão de Penélope, tinham-se instalado no palácio contra sua vontade e do seu filho. Penélope, durante anos tinha usado todos os artifícios para evitar casar-se de novo, pois esperou sempre o regresso do homem amado, acreditando que só um poderia habitar o seu coração e mais ninguém. Para evitar o casamento pois estava no fim das suas artimanhas, lembrou-se de lhes dizer que só casaria depois de ter acabado de tecer uma requinta peça de tecido lavrado que iria servir um dia de mortalha ao pai de Ulisses.

Eles transigiram em esperar, pois era uma obra piedosa que merecia a consideração e respeito geral. Penélope tecia durante o dia e durante a noite desfazia, de forma que a obra nunca mais acabava. Finalmente, os pretendentes souberam do ardil e apanharam Penélope em flagrante.

Nessa altura estava Ulisses prisioneiro da bela ninfa Calipso, que reinava na ilha de Ogígia e por quem se tinha apaixonado loucamente. Havia sete anos que Calipso vivia com Ulisses e já não existia amor, nem paixão entre os dois, apenas restava um compromisso que teimava em não libertar Ulisses dessa gaiola dourada e efémero, a imortalidade que ela lhe tinha prometido. Mas ávido de amor e depois de enumeras paixões virtuais, este descobriu a traição de Calipso e passou a andar pelas praias olhando o horizonte, buscando coragem para partir ao encontro da mulher que um dia tinha conhecido e o tinha amado de alma e coração, cheia de qualidades humanas, de afectos e dedicação à educação do seu filho. Calipso vendo a infelicidade de Ulisses, disse-lhe que poderia partir e até lhe iria arranjar uma embarcação. Sempre cauteloso, a princípio recusou, temendo alguma vingança da ninfa, mas as lembranças dos braços e dos olhares de Penélope cortavam-lhe o coração e farto de amores virtuais, encheu-se de coragem e partiu.

Ulisses optou por regressar incógnito, e regressou ao palácio disfarçado de mendigo. Aí encontrou os pretendentes à mão de Penélope a banquetear-se de forma arrogante. Artificiosamente, Ulisses consegui que eles decidissem naquela noite a competição para escolher qual deles ganharia a mão de Penélope, competição que consistiria num concurso de tiro ao arco. Ulisses foi buscar o arco que pertencera ao rei Êurito e que fora dado a ele pelo filho desse rei. Era um arco de elevada qualidade, que exigia certa técnica e grande força no manejamento. Nenhum dos pretendentes conseguia armar sequer o bordão desse arco, mas Ulisses, ainda disfarçado de mendigo, conseguiu arma-lo e matou à flechada todos os pretendentes. Deu-se então a conhecer a mulher amada, àquela que tinha sido fiel aos seus princípios e guardado pela eternidade o amor que nutria por Ulisses.

Juntos iniciaram uma nova vida, muito próspera em sabedoria, inteligência, dignidade e humildade, que só o verdadeiro amor esconde. Purificado, Ulisses tornou-se num Grande Rei que viveu feliz ao lado de uma Grande Mulher que amou os outros filhos de Ulisses, fruto dos amores efémeros.