Proibido

Encontrei por acaso, aquela carta que não te entreguei,

uma porção de sentimentos trêmulos em linhas retas.

Pus meus olhos no passado como se dissesse

ao meu coração palavras que teimam, queimam, amam, e só.

Garota, ainda espero o momento de lhe dizer

as verdades que tanto escondi e sofri.

Reanimei com um soco no coração o sentimento que

ia já querendo descansar em paz.

Aqui caligrafadas, surfando no tempo, num papel que vai amarelar.

Por mais que eu pense, por mais que eu pene

ainda há na memória a gente olhando pra cima, sorrindo alto.

Repetindo, repetindo, me pedindo.

Amei mesmo. Se sonhei ou se vivi.

Veio tudo de uma vez, agora você está aqui.

Esperarei pelo meu amor, esperei tanto por você.

Ridiculamente me aventurei nos braços rasos de não sei quem.

Vamos ver agora que sorriso você vai me dar.

Olhos nos olhos ou coração partido?

Centelha do fogo que aquece a alma fria.

Entendo agora o que os poetas dizem sobre o amor e o não amar.

Fez-me sonhar com miudezas. Fez-me morrer com frieza.

Resisti um momento, um suspiro, à cegueira. No meu coração um

absurdo silêncio, um desgosto profundo, fundo, fundo, fundo.

Nem acreditei na brutalidade de suas palavras, espinho na carne!

Zombaste!

Interrompido o sono do gigante, eis que se levanta com fome e sede.

Rirei na ressurreição do amor, amém!

Ahaam!

Tornei respirar, sem ar, sem armas, sem alma, sem calma.

Estive muito perto de ter o que realmente um homem quer, mas

sofrendo agora, descobri que meu amor é perigoso e de carne e osso,

tem voz e rosto e que anda por aí querendo ser feliz sem mim. Ingrata!

Ah, como eu daria tudo para viver em Paz! Quem te ama sou eu!

Drachir
Enviado por Drachir em 18/07/2012
Reeditado em 18/07/2012
Código do texto: T3785329
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.