Perder alguém
Posso sentir pesar sobre mim a dor do outro. Porém, jamais sentirei como ele.
Eu posso disponibilizar palavras, abraços, um ombro amigo para aconchegar um pouco o coração aflito, mas a dor não é, e nunca será, minha.
Realmente, o que consigo sentir é o desejo de não precisar sentir dor semelhante, pois a dimensão inimaginável dela é algo que amedronta, repele.
Diante da perda, não há nada suficientemente bom para confortar aquele que perdeu. Apenas o tempo, aquele paradoxal gigante que devora a vida.
Encarar a morte poderia ser muito mais fácil se fôssemos educados para entendê-la como a parte mais natural da vida.
Realidade é: tratando- se de alguém insubstituível, de nada adiantaria.