Felícia
Fala-me de ti, que a tua voz seja a cavatina
Entoando a elegia por um momento sequer,
Lembrar-me-ia da tua face de virgem menina,
Iludida em lábios lívidos de uma jovem mulher
Cantaria senão um cântico de romantismo,
Iluminando as trevas reféns do pessimismo,
A cada nota embriagada em santo lirismo!...
Foi uma ilusão querer-te ver santa na lucidez
Embriagar-se na centelha de uma paixão
Lívida como a morte em sua lânguida palidez
Iluminando as arestas de uma infame solidão
Cantaria senão uma trova póstuma da Galícia
Imergido nos cumes altos da longínqua Fenícia
Adorando-te em versos minha imortal Felícia