Daiane
Dorme anjo, que na ventura de uma ilusão,
A tua voz ecoa entre a noite silenciosa,
Iluminando nas trevas, meu pobre coração
Ansioso, por tua rósea visão vaporosa
Não derrames, sequer uma lágrima por mim,
Eu chorei por ti! Muitos rios de dor sem fim!
Debalde, em minhas súplicas de oração,
Amei tua imagem pálida sob o clarão da lua,
Infinito! Fora a certeza que na solidão,
Abrasou-te a paixão a tua pele virgem e nua
Não meu anjo! Meu amor é o ardente pecado
Embevecido em um canto pobre e desolado!
Dizei-me então, se por mim um dia morrerás,
Ao ver-me partir com os olhos sem volver a fronte,
Iludido! Serei mas por fim, dos teus olhos cairás,
A tristeza que fulgura no meu límpido horizonte...
Não meu amor, que sejas breve tua miragem
E eterna serás esta minha imortal homenagem!