EDUARDO EUGÊNIO BATISTA
E/sse menino escondido por detrás desse sorriso,
D/e um resplandecer que um cego pode ver naquele olhar,
U/m dia se mostra inteiro, em outro sai sem aviso...
A/lguém poderia o brilho desse menino ofuscar?
R/eviro as escrivaninhas na busca de algum escrito,
D/entre tantas entrelinhas, procuro o que não foi dito...
O/nde oculta o sol tal chama que faz o dia brilhar?
E/nquanto o brilhar não volta o dia vira um refém:
U/ma noite engole o mundo, o inverno tudo domina,
G/ritando por um resquício de calor que já não vem,
E/ o luto cobrindo a luz que, por si, já não ilumina!...
N/ão se podendo impedir o invadir do imenso frio,
I/nstala-se – no que fôra um existir – só esse vazio...
O/ viver se torna angústia de um não-ser que não termina!
B/ate em mim tardia risca de luar que, comovida,
A/o me vendo assim deixado pelo sol tão inclemente,
T/enta dar conforto à alma, pelo inverno tão ferida,
I/nda que se mostre um sopro de viver fraco e indolente!
S/endo o tênue feixe o tanto a me restar do que foi vida,
T/omo a mão que me oferece, ante o desistir suicida,
A/bro o peito, ergo a espada... E à luta vou novamente!
Ps. Com todo o carinho que me foi dedicado e ainda o é pela nossa eterna amizade que nasceu aqui no recanto; recebi muito feliz um e-mail contendo este acróstico envolvente e de um apelo (digamos) saudosista, diretamente da escrivaninha do Luiz Roberto Bodstein. Esse escritor é de um talento contemporâneo incontestável (com muitos livros já publicados), o qual eu me orgulho de ser amigo; respeito-o e admiro-o grandiosamente. Obrigado meu amigo por esta homenagem!