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Verde – cor da esperança, da natureza fértil...
A mesma cor do vestido que esconde o teu corpo.
Nada contra as vestes, mas a beleza do lindo dorso,
Estreita o liame entre a verdade e o devaneio sutil.
Sem o espanto da visão plena, com tudo escondido,
Suamos os enfeites da ilusão, dando murros no vazio,
Assaltando o poder da indisciplina com a mão.
Onde e quando o homem, descuidado, criou tal proteção?
Lindas formas e corpos esculpidos deveriam estar desnudos!
Ingrata vida, arte indecorosa que cobriu, deixando insinuações...
Vorazes olhares, insidiosos pensamentos, cheios de pulsações;
Eis que em teu corpo, de verde pluma, verte esbanjamento,
Irradia luz de primazia que de mim retira o breu da treva, sofrimento.
Restou-me agora, ao sabor incontestável do teu silêncio,
A razão desta trama: brindar, com poesia, teu corpo, linda dama.
Crato-CE, 19 de fevereiro de 2012.
20h01min