Labirinto
L âmina afiada que me transpassa o coração, que me transforma
nessa miséria humana sem rumo, fria como a pedra dos jazidos adormecidos nos velhos cemitérios.
A lma minha que passeia sem rumo me assombrando as noites
gelidas em que seu corpo não me aquece e nem sopra dentro de mim o necta da vida.
B asta olhar-me nos olhos e ver que perdi o brilho, a razão para seguir por esse caminho, pois já não há mais
por que chegar no fim dele se lá não irei te encontrar.
I nsistir nessa lamuria de te reconquistar me traz uma
unica esperança de ainda me achar nesse labirinto de ilusões em que a muito tempo cultivo o meu coração.
R aso solo em que prantou a semente do meu amor,
a chuva veio e descobriu deixando que outros passáros
o devorasse e abrisse em mim um abismo, transformando amor
em solidão
I njusto, triste e negro, o futuro do meu coração,
não sei se ainda serei digna de amar novamente pois o seu
desprezo sepultou em mim a esperança de ser feliz.
N ada mais me faz querer o amor como força para sobreviver
nesse mundo em que minha alma insiste em viver sem você.
T odos os sonhos derramados ao chão, espalhados pelo vento do
desgosto, to assim sem direção, querendo fugir de mim, me desfazer de tanta dor e medo.
O lho atentamente para o céu a espera de que minhas orações sejam ouvidas, me movimento para o fim, mas tenho medo que esse fim seja
o do nosso amor, do seu amor e o meu amor está perdido nesse labirinto sem fim.