vida
A vida sem amor, amizade, boas relações afectivas, benevolência
e entrega incondicional perde parte do seu sentido
e pode converter-se num baldio. Não é fácil, no entanto,
estabelecer vínculos afectivos consistentes, nem desenvolver
uma atitude de amizade incondicional e amor desinteressado,
porque para isso é preciso ir-se libertando das grilhetas
do ego. A partir do ego, surgem linhas paralelas que não se
encontram; a partir do ser, surge outro tipo bem diferente
de comunicação, ou inclusive comunhão. As atitudes demasiado
egocêntricas e as tendências compulsivas de afirmação
do ego, não só ressentem todo o tipo de genuína relação
afectiva, como impedem os laços saudáveis e livres. Também
a amizade exige os seus requisitos e tem as suas leis, assim
como qualquer verdadeira actividade e ou baseada no egoísmo
ou no perverso utilitarismo. O sentimento de amor
adquire muitas e múltiplas manifestações, mas seguramente
a mais bela, quando realmente o é, é a da amizade. Esta amizade
não é incompatível nem mesmo com o amor do casal,
e quando a verdadeira amizade existe, a relação sentimental
pode acabar, mas permanece a amistosa.