Amor perdido
Amor perdido, traga-me o pensamento,
mas o pensamento isento de tudo o que o reprime,
sejam consolações, sejam mentiras que invento
Que forma-se caminho único,
única tela que se contém a definir-te
liberta da comum traição do desejo, que era ter-te,
apegada a tantas situações que criei,
na justificativa absurda de querer-te, em tudo que inventei
Querer-te somente minha, falante e incompreensível,
ao lado dos meus sonhos, por menores que fossem
O amor vivo só retém vestígios de amargura que o completam
sempre para além da comum felicidade
Surgem outros desejos, alheios os nome do amor,
como outras rosas, decepções alheias
E o pensamento se desvia,
se complica entre detalhes,
faz-se tudo em se perder,
no tanto que clareia além de si,
restando obscuro, sem desejo
O amor perdido tem o Dom de ser caminho único,
idéia fixa que não tem sentido, nem definição
Enquanto viver um amor perdido,
também simplesmente, puramente,
viverá seu pensamento