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Negros são os pêlos que não vejo.

Esforço-me para, mesmo assim, entender

Gestualmente tudo o que sinto sem ter.

Intimidade feminina, paraíso do homem.

Ao que sinto posso dar nome, você permite?

Não! Por que a fuga, o que teme, diz pra mim.

Esconde-se como os pêlos que não vejo... sim.

Cabelos ao vento... Isso me excita demais.

Ousa mesmo estar assim, tão dada, sem pressa...

Sentido-me apenas em pensamentos como os meus?

Tente... Dispa-se do medo e se entregue ao toque.

A alma não clama, ainda, mas meu corpo pede.

Carinha de sapeca você tem quando sorrir, sabia?

Lépida e fagueira, suas expressões são comedidas.

Elas me encantam porque revelam ao esconder

Mais que uma menina, explicitam a fêmea que é você.

E eu, homem que busca, como me sinto assim, diz?

Natural ser tão expressivo diante de fineza?

Tento fingir e não me espantar com tudo isso?

Ingrato seria se dessa forma agisse, e não sou fingido.

Não farei isso... Apenas seguirei meus instintos.

O que faço ou farei é coisa minha e não recusarei.

Fortaleza-CE, 15 de fevereiro de 2006.

16h55min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 29/08/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3188480
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