N5
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Negros são os pêlos que não vejo.
Esforço-me para, mesmo assim, entender
Gestualmente tudo o que sinto sem ter.
Intimidade feminina, paraíso do homem.
Ao que sinto posso dar nome, você permite?
Não! Por que a fuga, o que teme, diz pra mim.
Esconde-se como os pêlos que não vejo... sim.
Cabelos ao vento... Isso me excita demais.
Ousa mesmo estar assim, tão dada, sem pressa...
Sentido-me apenas em pensamentos como os meus?
Tente... Dispa-se do medo e se entregue ao toque.
A alma não clama, ainda, mas meu corpo pede.
Carinha de sapeca você tem quando sorrir, sabia?
Lépida e fagueira, suas expressões são comedidas.
Elas me encantam porque revelam ao esconder
Mais que uma menina, explicitam a fêmea que é você.
E eu, homem que busca, como me sinto assim, diz?
Natural ser tão expressivo diante de fineza?
Tento fingir e não me espantar com tudo isso?
Ingrato seria se dessa forma agisse, e não sou fingido.
Não farei isso... Apenas seguirei meus instintos.
O que faço ou farei é coisa minha e não recusarei.
Fortaleza-CE, 15 de fevereiro de 2006.
16h55min