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Meiga e dócil felina de fino trato.
Espelha-me por entre as mãos o retrato
Lépido e certeiro do seu belo sorriso.
K - essa letra me persegue, acredita?
A menos que a beleza da musa supere isso.
Sou cego ao criar este verso sem ver você.
Onde e por que se esconde, doce princesa?
Um dia eu poderia ter a honra de vislumbrar
Seu rosto, corpo, pele... Para tudo amar?
Apenas uma chance e tudo se concretizará.
Amar tem suas peculiaridades, seus encantos.
Lendo no escuro posso ver da forma que desejar.
Busco talvez o intangível sentido do profanar;
Um, dois e mais motivos para, em pífios prantos,
Queixar-me da vida que me priva dessa imagem.
Unicamente sozinho e sem destino certo agora,
Entrego-me aos meus próprios e tolos desencantos.
Rastreando cada sinal da luz que não emana,
Quero dizer ao mundo e ao vento, sim, eu posso!
Umbral se apresenta diante de mim em destroço...
Entretanto, serei plena luminosidade, pura chama.
Fortaleza-CE, 11 de fevereiro de 2006.
05h14min