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Ah... Como suportar tanto encanto num só corpo?
Não vejo imperfeição alguma em cada traço seu.
Não vejo as marcas que o tempo deixa nos mortais.
Espere! Se as deusas existiram, deixaram perfeito escopo.
Cabelos... Que dizer desse adorno sedutor e forte?
Alisando cada fio, eu me conduzo ao paraíso teu...
Rogo os segredos e a magia que de ti emana,
Ofuscando-me a razão fragilizada pelo encantamento.
Lindo corpo que a natureza magicamente esculpiu.
Indo e vindo, cada pedacinho é um pouco do céu.
Nesse umbiguinho que maliciosamente se mostra,
Espalha-se a luxúria que meu desejo não consumiu.
Banhado pelo aroma íntimo de casta e pudica flor,
Entre um lamento e outro, entre a razão e o torpor,
Não me peçam palavras comedidas e com mesura
Tenho e quero amar, sem pudor e com usura,
Onde e em toda parte... Meu corpo clama o amor.
Fortaleza-CE, 09 de fevereiro de 2006.
17h42min