T

.:.

Ternura feminina em você vejo.

Estou distante mas, mesmo assim, o desejo

Reporta-me a sentir o que não sinto.

Esperei a vida inteira por uma chance,

Singela e definitivamente audaz para dizer:

Ainda que em pura energia, quero você!

Capacho das desmedidas travessuras;

Recruta desajeitado das mais experientes.

Incauto homem – menino aprendiz...

Sei o que sinto – o que não me exime a

Tenaz lucidez da minha digressão.

Imaginar-me aqui, prostrado e dado,

Nada de mim exigiria se não fosse

A magia do seu semblante bem amado.

Deixe-me... prefiro estar a sós nesse instante.

Entrego-me ao furor inconteste do desencanto.

Alianças que se fazem durante a vida inteira

Laços de amizade ou de irmandade, sei lá!

Mais que elos, esse desvelo é o anelo

Entre mãe e filha que se devem amar.

Intimamente nunca as pude cotejar.

Dizer o que queria talvez gere o conflito

Aliciante do meu desajeito e rústico grito.

Braços, pernas... corpo inteiro.

Rosto, fios que pendem e não toco.

A face é a porta d’alma que mereço

Calmamente sentir para ter o verso

Causa e efeito meramente atingidos:

O que professo é o que posso.

Fortaleza-CE, 05 de fevereiro de 2006.

20h24min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 19/08/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3168983
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.