A28
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A candura que teu rosto me traz
Não me assusta tanto quanto a paz,
Doce paz, do teu incipiente existir.
Recatada, menina de simplicidade sã,
És a melodia que nunca tive, meu divã.
Aceite-me como oferenda: eis-me aqui.
Sem usura, preciso sentir-te...
Inquieta-me a ausência infinda.
Queres-me loucamente em desatino?
Urgente! Vem e me afaga o ego,
Esmere-se como fêmea: eu me entrego!
Idolatria? Não. Apenas um culto ao mimo,
Real e misterioso, que de ti emana.
Acordo e sofro... tudo foi um sonho.
Fortaleza-ce, 04 de janeiro de 2006.