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Young menina esculpida pelos deuses ancestrais.

Umbiguinho de porcelana cuidadosamente estampado.

Sou mero expectador, estático e impotente,

Admirando o que apenas vejo, sem o prazer do toque.

Como não me render ao corpo que professo?

A imensa nudez que teimosamente se esconde,

Resplandece a luz invisível do meu querer.

Não sou místico, mas o poder da poesia,

Ele me faz capaz de sentir, mesmo sem ver!

Intimidade preservada - divagações a mil.

Rendo-me ao que não tenho, pois detesto

O despir-se totalmente, sem conquista, sem maestria.

Mero devaneio de pífio homem atrevido.

Ouso profanar um corpo tão distante...

Nele, de veleidades terrenas tão errantes,

Todos ousam navegar...

Entrementes, e felizmente, certos portos,

Internos da criação divina - perfeita -

Raramente se abrem para reles mortais:

O que desejam, isso sim, são suspiros demais.

Nijair

Fortaleza, 16 de janeiro de 2006.

11h54min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/08/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3162837
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