A Carta de Amor
Segunda-feira nublada e pouco fria,
Como todo dia normal parecia.
Abriu os olhos vagarosamente
Tentando aproveitar pouco mais o sono.
Levantou-se rapidamente e nada comeu.
Arrumou-se com a primeira roupa.
Notou que a porta de madeira barata
Escondia um envelope perfumado e de cor clara.
“Te amo
E estou ficando louco
Porque te amar assim é pouco
Quero você junto a mim!
Saudade
Quem vive com essa maldade
Que judia o coração sem piedade
E acompanha esta dor sem fim”
Assim dizia a carta em simples palavras
Com melodia de música melodramática,
A qual incontido e quase sem graça
Com todo seu sentimento alguém escreveu.
Ela leu e releu o papel, e continuou intrigada,
Como àquelas palavras pouco significassem,
Mas ficou no fundo perturbada com tanta emoção.
Prova tão inocente como o amor deveria o ser.
Aquele objeto de carinho de certa forma
Mudou sua maneira de enxergar a vida.
Retornou ao mundo de quando menina,
Onde seus sonhos de amor eram somente sonhos.
Lembrou-se de seus cabelos ainda ondulados,
Suas brincadeiras infantis e ingênuas,
E esqueceu por alguns instantes,
Todas as maldades que um dia presenciou.
Decidiu naquele dia, buscar uma alegria,
A qual por muito tempo não haveria de sentir.
Não se incomodar com nada!
E viveu o dia mais diferente dos últimos tempos.
A noite ao chegar viu aquela porta
Com uma cor que jamais havia notado.
Viveu novamente em seu coração
Uma emoção jamais sentida.
Ao deitar-se, relembrou tudo passado,
E as noites de insônia acabaram.
Entendeu o simples em simples palavras,
Amor mais amor, como amar deve ser.