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Jacente semblante cheio de reticências...

Onde buscas burilar a face que fulmina?

Sinto atrevimento nos olhos, mas a ternura

Irradiada em cada pupila, apaga e rutila,

Ao som inaudível do fugaz silêncio,

Nesgas revelações das minhas agruras.

Seduz-me o pálido batom:

Ousaria manchá-lo, conciliando nossas bocas.

Unidos, pela luz azul da blusa que não mostra,

Zíperes, os que nos escondem, descerrar-se-iam.

Ah maldade estética que nos cobre, dispa-se!

Caíram...

Agora nada nos impede.

Seios,

Sexo,

Intimidades trocadas.

Membros: pernas, braços... ele!

Idolatro o corpo que germino.

Resquícios das vestes pelo chão...

Onde estaria você além de aqui nesse sonho?

Crato, 12 de janeiro de 2006.

14h50min

Jacente – abandonado; burilar – fixar; fulmina – detona; rutila – brilha; nesgas – pequenas; descerrar-se-iam – abrir-se-iam; resquícios – restos.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 15/08/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3161016
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