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Faces múltiplas,

Apelos divergentes,

Bocas e trejeitos,

Rir-se do sorriso:

Ímpia razão vã.

Cada fase

Inspirada pela vida

Alivia e nos renova.

Menina...

Assim nos despedimos.

Rosto e boca pintados.

Isso incomoda a relutante

Amarra dos prístinos tempos.

Você voltou.

Itinerários vários ficaram...

As imagens do passado, não.

Nenhuma lembrança marcante?

Andou distante, doce menina.

Recordo

O tempo de vizinhança:

Devaneios que me perseguem.

Riscamos a vida com o tênue pincel

Imaginário do que chamamos saudade.

Guarde as paixões,

Una-se contra os dissabores

E viva, viva sempre intensamente.

Sinta-se no ascendente espectro do céu.

Crato, 12 de janeiro de 2006.

16h42min

Ímpia – cruel; vã – inútil; relutante – teimosa, persistente; prístinos – antigos; devaneios – sonhos; tênue – sutil.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 11/08/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3154024
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