A10
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Arrufos de felicidade agora tenho.
Nada por acaso, tudo intencional.
Ah sinalzinho lindo, miúdo e ferrenho!
Cara de sapeca com lingüinha de fora,
Ares de menininha levada da breca...
Raios especiais você inspira e tem
Luz de brilho próprio que ninguém,
Apalpando e tocando, consegue apagar.
Mereço nesta rede deitar com você, moça?
Atrevido, mesmo sem convite, eu aceito!
Indigno talvez seja de poder recostar-me ao peito
Admirável e de formas belas que não vejo.
Felicidade... O que será tal abstração do pensar?
Esperança? Se for isso apenas estou feliz, sim!
Reencontro você, deusa vivente que me responde;
Receio o silêncio mas, gentilmente, me dá atenção...
Esperança! Tenho toda do mundo, estou no paraíso!
Invoco santos e me surgem divas reais pra mim.
Receba, virgem rainha dos meus castos desejos
A rosa mais pura que meus dedos podem dar.
Amigas, senhoritas lindas e sorridentes.
Legião de deusas em espaço restrito...
Esperar o acasalamento de cada uma,
Negar que ainda cheiram ao leite-mãe,
Causa-me espasmos de cuidado e medo.
Anjinhos... cuidem-se e nas doces mentes,
Resgatem a liberdade sem dor nem grito.
Fortaleza-Ce, 07 de outubro de 2005.
01h22min