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Faz bem o íntimo trato com a mãe natureza.
Levianos somos quando negamos esse dom.
Ávidos por progresso e por honrarias tolas,
Vivemos presos às amarras do puro concreto,
Ignorando o belo que vem da terra: o som.
Ah! Que vontade de estar com você nessas horas.
Respingos do mar talvez nos banhe a alma sã.
Espreguiçar e deitar ao som das ondas, no divã,
Garante não honrarias mundanas, mas a sorte.
Inimiga da morte, ela nos guia como um farol...
Naveguemos seguros, no mar há luz sem paiol.
A sensação que a brisa passa é de longe da morte.
Boca exuberante, de sorriso perfeito e forte;
Olhos verdejantes que enciúmam a realeza;
Rutilantes cabelos de um brilho arrebatador.
Jamais presenciei tanta beleza em única flor!
Agora, por mais que não queira, sou consorte!
Dedos fechados... mãos cerradas e firmes.
Espantada com a beleza mística da paisagem?
Arregimente amigas e sigam juntas as trilhas.
Rastreie da terra e das plantas a verde beleza
Arrefecida do coração do homem de pedra.
Única, a natureza não se esconde, mas se revela
Júbilo perene da convivência e vida do planeta.
O que somos, isso sim, é lobo sem matilha.
Fortaleza-Ce, 14 de setembro de 2005.
09h44min