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Respostas vagas foram dadas no primeiro encontro.
Entre uma pausa e outra trocávamos monossílabos.
Nada de muito sensato nos impelia a prosseguir.
Até palavrões e xingamentos saíram de nós, nossa!
Tudo razão da discordância, dos quereres desiguais...
Algozes fomos um e outro, mas esqueçamos, não mais.
Respingos da amizade, todavia, tocaram nosso afã.
Onde havia ódio surgiu um amor singelo e pueril.
Livre das impurezas da amargura e do rancor...
Intangível aos demais humanos, mas tão nosso!
Memorável na sua simplicidade e eterno no ardor.
Carinha de moça e de atitudes bem sapecas,
Algumas vezes me encantou ao dizer-me um não!
Risonha, cheia de planos para ontem e convicta,
Vasculha o íntimo de um homem sem se perceber.
Amiga sem rodeios e de resposta pronta e firme,
Lastimou desde o início minha chata insistência.
Horas e horas de resmungos e de pormenores...
Os mesmos que causaram nossa pendenga inicial.
Fortaleza-Ce, 11 de setembro de 2005.
Nijair Araújo Pinto, 21h45min