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Pele macia e de finas formas, de sutil sedução.

Ausculto meu corpo e me pulsa forte o coração.

Ter apenas este quadro estático que me deu,

Repele-me de mim mesmo, pois quero daqui sair.

Ínclito não sou, mas rei certamente seria, dama,

Com trono e pose, se você me aceitasse como seu.

Impropriedade minha seviciar meu desejo: a cama.

Ainda que não me queira, seja minha: eis-me aqui!

Profanas ideias me alucinam a fraca lucidez que resta.

Restrinjo meus desejos, não por mim, mas pelo que pediu.

A você externar o que verdadeiramente sinto,

Deixaria, além de marcas, sinais de clímax ao vento...

Oh que maldade fantasiar prazer sem presença, desalento.

Corpos levianos... é tão bom estar assim a dois.

O êxtase da libido é flor que sempre se revigora.

Reencontraria o sentido do prazer se a toda hora

Desnudasse o corpo que agora me inspira tesão.

Esfregar-me em seus pêlos, sem pressa e, depois,

Imiscuir-me em seu íntimo calmamente, sem demora.

Revelaria não dois corpos, mas o sentido da irrisão.

O desejo é inconteste, o que falta? Você estar aqui.

Fortaleza-Ce, 02 de outubro de 2005.

16h49min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 13/07/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3092450
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