MAL DE ALZHEIMER

Mais do que um “mal” ela é a verdadeira destruição de um ser e de todos ao seu redor. Ela vem de mansinho e devasta como um furacão em fúria.

Abre-se um imenso vazio na mente sadia daqueles que amamos, e de repente, quem é ele?

Levava ele uma vida saudável, nada artificial, tudo natural. Homem cheio de si, gostava de mandar e nunca escutar.

De repente, uma nuvem negra começou a pairar sobre ele. Havia algo de errado, ele já não sabia decorado as ruas da cidade e se perdia muito fácil.

E os desmaios começaram, o que estava acontecendo ninguém sabia. Agora é tarde, ele já não é ele. Às vezes nem sabe quem somos nós.

Aconteceu o que nunca imaginávamos, ele mal chegara aos sessenta anos e tudo estava desmoronando.

Levou muito tempo para que todos pudéssemos começar a aceitar e a compreender, mas, a tristeza nos invadiu quando vimos que nada poderíamos fazer.

Zumbia em nossas mentes o triste fato dele ter voltado a ser uma criança teimosa e perdida, mas, que não cresceria.

Havia momentos em que ríamos, porque eram coisas engraçadas, mas, não era por deboche, na verdade era uma fuga da verdade.

E a coordenação motora começa a falhar, é demência vascular, doença degenerativa são tantos os fatos relatados pelos médicos, que a tristeza se abate sobre todos.

Inicia com a perda da memória a curto prazo, perda da capacidade da atenção, apatia e desorientação.

Mas ninguém foi mais atingido do que a minha mãe, tão unidos que sempre foram, de repente ela se viu só, e sem perspectivas.

E apesar dela ter tantas esperanças, sabemos que o mais provável é que seja uma viagem sem volta. A cada dia mais desleixado para efetuar tarefas motoras simples devido a dificuldades de coordenação.

Rezo por ele, para que não sofra, e pela minha mãe, que tem dedicado cada momento de sua vida na luta pela cura do homem que ela sempre amou.

Ficam nesta mal traçadas linhas, alguns dos sentimentos e tristezas que me foram trazidos por uma doença, que eu imaginava tão longe de minha realidade. Que Deus abençoe todos os doentes de Alzheimer e seus familiares.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 15/06/2011
Reeditado em 01/02/2018
Código do texto: T3035734
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