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Beleza em si mesma possui toda fêmea vivente.
Ávidos sempre nos deixa a libido que professam.
Recostar-se a um ombro amigo sem maldade;
Buscar o aconchego merecido e sem pressa.
Atesta que a vida sem o outro é pura crueldade,
Revestida, aqui e ali, de duras provas de atestam
A imprevisível força do amor, espírito e mente.
Entre cada degrau que subimos ou descemos,
Lenta ou rapidamente a vida se modifica.
Esperamos o amparo dos que nos são caros;
Ousamos ao tentar o primeiro voo sem eles.
Nessas horas, porém, quando se complica
O que nos parecia simples e não cremos ser,
Retornamos por vezes em momentos não raros
Atrás dos afagos perdidos em cada alvorecer.
Mãe, pai... cada anelo da consanguinidade,
Atavismo perene da nossa existência terrena,
Tem sua razão de ser quando o desejamos.
Esquecer que da vida o que se leva por demais
Ultrapassa os limites da razão consciente
Simplifica a vida como fase latente e fugaz.
Deus! Promova a necessária e pura evocação!
Estamos alheios a tudo e não temos perdão.
Olhares atentos e medrosos me atemorizam...
Lado a lado com você o porto seguro firme está.
Inabalável, ele algum dia faltará – a vida é assim:
Vivemos e morremos como os dias e as noites.
Envelhecer ao lado dele já me parece a mim
Incontestável prova de sorte e de outras benesses
Razão de orgulho e devotamento constante, sim!
Amalgamada em família quando reunida em prece.
Sozinhos chegamos ao mundo... todos sorriem.
Orgulhosos, proclamam a nova flor que concebida foi.
Uns e outros dias se passam e as pétalas se abrem,
Sentenciando os encantos devidos ao novo aroma.
Assim, entre rosas, carregue-me ao paraíso a dois.
Fortaleza-Ce, 24 de setembro de 2005.