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Ah... O que meus olhos veem, diz pra mim?
Não seria a beleza estonteante d’uma diva?
A vida e suas surpresas... Ela sorrindo assim.
És, esplendorosa fêmea, um tormento!
Resquícios indeléveis do passado imortal,
Incorporado em deusa presente, eis o mal!
Cale-me, cale-nos a todos, isso é preciso...
Ainda que despenquemos num abismo.
Raramente o sol se põe sem impor magia
O que ofusca o brilho é a presença d’outra luz.
D’outra luz que digladia, impondo seus raios...
Raios que exorbitam diante do oponente.
Interessante – nesse embate ganhamos todos!
Ganhamos ao descobrir que a realeza está presente,
Umedecendo corações frívolos de premente apatia,
Emergente da agonia que a sofreguidão nos traz.
Seja, portanto, nossa luz e nossa guia – é bom demais!
Seja, todavia, o alvorecer do calor que arde em mim.
O torpor que de mim vocifera feito louco desatino...
Urge, acredito, que da pele, do pêlo e do suor aguerrido;
Surgindo um clamor de peles que se buscam e que no sino,
As badaladas anunciem que ali, bem perto, fez-se amor sem fim.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 3 de maio de 2011.
12h43min
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