A MOTORISTA ANALFA (BETA)
A MOTORISTA ANALFA (BETA)
A duras penas ela comprou um carro.
ZERO! “Z” de zero de Mereca de conforto;
“E” de exíguo espaçO; “R” de riscado e “O” de orroroso (sem o agá).
Foi como vender a janTa para comprar o almoço do dia seguinte.
Explico: tinha um barracO (muquifo) numa invasão
às margens do cóRrego de águas cristalinas, vendeu-o.
Tinha uma carrocInha de catar papel (com a égua), vendeu!
Tinha ela ainda doiS rins; não muito perfeitos, mais vendeu um.
Só não vendeu uma ponTe de safena por que não achou comprador.
Com a grana ela deu entradA na compra de um não-carro (Fiat 147).
Saiu da concessionária balançando,
os documentos de garantia, não as chaves.
ExpressavA ela seus direitos às revisões,
consertos e reparos Necessários à manutenção da viatura.
Quem nunca comeu melAdo quando come dá diarréia.
Ela nunca leu nem uma Linha do termo de garantia,
mas também é analFa de pai, mãe, parteira e chocadeira.
Certo dia, por um acAso, parou a ferro-aço (não é Ferrari),
na porta de uma oficina mecânica;
e todo mecânico é curioso quando vê carro parado,
pensa logo que é traBalho para ele,
principalmente se for mulhEr no volante (principiante).
E desta vez não foi diferenTe, se intencional ou não...
A Zazá caiu na lábiA do mecânico
e trocou o óleo dos dois: do carro e dele.
(dezembro/2000)