A MOTORISTA ANALFA (BETA)

A MOTORISTA ANALFA (BETA)

A duras penas ela comprou um carro.

ZERO! “Z” de zero de Mereca de conforto;

“E” de exíguo espaçO; “R” de riscado e “O” de orroroso (sem o agá).

Foi como vender a janTa para comprar o almoço do dia seguinte.

Explico: tinha um barracO (muquifo) numa invasão

às margens do cóRrego de águas cristalinas, vendeu-o.

Tinha uma carrocInha de catar papel (com a égua), vendeu!

Tinha ela ainda doiS rins; não muito perfeitos, mais vendeu um.

Só não vendeu uma ponTe de safena por que não achou comprador.

Com a grana ela deu entradA na compra de um não-carro (Fiat 147).

Saiu da concessionária balançando,

os documentos de garantia, não as chaves.

ExpressavA ela seus direitos às revisões,

consertos e reparos Necessários à manutenção da viatura.

Quem nunca comeu melAdo quando come dá diarréia.

Ela nunca leu nem uma Linha do termo de garantia,

mas também é analFa de pai, mãe, parteira e chocadeira.

Certo dia, por um acAso, parou a ferro-aço (não é Ferrari),

na porta de uma oficina mecânica;

e todo mecânico é curioso quando vê carro parado,

pensa logo que é traBalho para ele,

principalmente se for mulhEr no volante (principiante).

E desta vez não foi diferenTe, se intencional ou não...

A Zazá caiu na lábiA do mecânico

e trocou o óleo dos dois: do carro e dele.

(dezembro/2000)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 26/04/2011
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