UNHAS E DENTES: GARRAS

U N H A S E D E N T E S: G A R R A S

Auto da barca do pUrgatório é uma complexa alegoria dramática, peça

cênica, que se deseNvolve em um porto imaginário,

onde os alHeios personagens ficam na praia,

expiando pequenAs faltas até merecerem a glória.

Um lavrador Se apresenta de arado nas costas,

a cujas fadigas e sacrifícios evitam a sua condenação.

A certa altura, na sua fala peculiar, ele diz:

“Nós somos vida das gentes, E morte de nossas vidas;

a tiranos; pacientes, que a unhas e dentes nos tem as almas roídas!”

Essa é uma das muitas menções feitas no passado,

atualisada no presente, sobre o uso Das armas naturais dos humanos,

que são as unhas e os dentEs, na luta em favor ou contra alguma coisa. DuraNte sete séculos, No Coliseu ou em outros

anfiteatros menores, luTavam entre si,

ou contra animais fErozes, para divErtir os nobres.

Ao final de cada combate, esteS pediam decretar,

com um movimento do polegar; para baixo ou para cima;

o perdão ou a morte do lutador vencido.

Por mais paradoxal e Genérico que isso possa parecer,

bons tempos aqueles em que não hAviam armas, hoje chamadas

“de fogo”que pudessem disparaR, aleijar ou matar um vivente.

As desavenças eram Resolvidas na base da cabeçada,

do soco na ponta do nariz, dAs dentadas, unhadas, porretadas,

do pontapé nas parteS sensíveis do adversário!

Categoricamente na garra!

(setembro/2000)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 20/04/2011
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