JOSÉ GARCIA COSTA (Homenagem ao amigo de adolescência)

Já atravessamos demasiados mundos, meu amigo mais antigo.

Os sonhos adolescentes,a maioria esvaídos

Sem que nos déssemos conta, esvaído também muito do Tempo

Entre os teus e os meus dedos.

Gentis ou rudes, os amores e os parceiros de Espécie

A nos ver passar, todos nós estrangeiros

Rindo-se alguns, tantos chorando

Cada qual a sós, diante do próprio espelho

Inocente lago congelado

A revelar as mutações em cada rosto.

Certamente nos reconhecemos, ainda que

Outras se venham mostrando as marcas de origem.

Sem pudor das perdas, cada vez mais nus no

Tempo por enquanto a nos guardar em sua concha

Ao longo dos dias imunes a desvelamentos.

Na tarde de 15 de abril de 2011.