SE MORRER, MORREU: ENTERRE!

S E M O R R E R, M O R R E U: E N T E R R E!

O significado doS dizeres acima, ao pé da letra;

reproduzidos entende-sE bem à luz do respectivo contexto,

na verdade, se apresentaM sucessivamente duas atitudes.

A primeira é a da generOsidade aparente, até superficial,

ou seja, se moRrer... pode acontecer com qualquer um,

simplesmente faz refeRência ao “se”, por um acaso;

que denota pouco fErvor, um simples infortúnio,

expressando uma meRa condição corriqueira;

Mostrando só um propósito de acontecer,

nãO um resultado final, conclusão específica.

A outRa atitude, a segunda, não enceta vacilação;

pois afiRma-se sem refutação: morreu!.

Não dEixa espaço para dúvidas nem permite réplica.

Vem Uma ordem peremptória: enterre!

Também não dá margEm a discussão.

Como quer que seja, num e Noutro caso é muito legítimo

prestar assistência e sepulTar os mortos.

Obra altamente estimada, lEvá-los à sua última morada,

pelos parentes, amigos e pela pRópria morte,

o que não implica reconheceR a legitimidade da súplica.

Outrossim, quem manda tEm poder,

cabe obedecer quem carece de competência.

(janeiro/1992)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 20/01/2011
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