Estrambote

Dulcíssima senhora do Toboso

Unívoca, galharda, estimadíssima

Loucura deste bardo opobrioso

Começa a avizinhar-se aqui por cima

Iludo-me que luto com colosso

Naquilo que seria minha lástima

Eu sou parco em grandeza, sou faltoso

Alijo-me, pois sim, de minha esgrima

Daqui desta tristeza em que me encontro

Eu canto com mau plectro a formosura

Lanterna a iluminar com grã candura

Tiraste-me, senhora, do meu antro

Obséquio que obtive na doçura

Belíssima senhora, que paúra!

Olvido de mim próprio, perdi centro:

Somente sou um rústico falsário

Obtendo algum ganhar da mão de otário.