Autoretrato

Penso que sou anjo

Apenas anjo descalço...

Ultimo deus de mim mesmo!

Logrando ser eterna luz

Onde a fugacidade desmaia,

Roubo de mim a razão sazonada...

Olvido queixas da parcela carnal,

Beatificado pelo senso comum,

Erigindo-me como fórmula correta.

Risco de dentro de mim os riscos,

Tramo, trêmulo, um pseudo-poema,

Organizado em versos brancos.

Pouco a pouco, insano e impróprio,

Abandono-me, postergado por este mundo,

Zelando por meus amores hostis

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 03/01/2011
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