ACRÓSTICO

ACRÓSTICO

Andando e sofrendo segue o homem,

No céu sem luz, na terra insana;

Teimando em ideais, mente mágoas reais,

Olhos com lágrimas, dores mortais,

No túmulo da vida morrendo aos poucos.

Ironias, vazio... se pensa, é louco,

Ordens, dilemas, estranhos rituais.

Moléstias, saudades, amores, paixão,

Opressão e chicotes precisa suportar.

Ri de si mesmo, chora pelo outro

E encontra no vácuo a tese do sonhar.

Instigado pelo vento, açoite do mar,

Ruma em busca do infinito,

Abraçado ao nada para o nada encontrar.

Feliz mundo que mesmo vazio

Encontra no poeta a força dinâmica.

Redes cortadas, limites transpostos, esperança...

Ruínas remoçadas, intemporalidade,

Eternidade... assim é a poesia:

Invento, criação sem peias nem correntes,

Regência de bardos, dor que dói, dormente,

Abrigo na dor, excelsa alegria.

PS- Antônio Moreira Ferreira, querido amigo, é poeta, membro da Academia de Letras de Feira de Santana-Bahia

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 21/09/2010
Código do texto: T2511556