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Como fugir d’uma plástica tão exuberante...
A vida, em sendo apenas uma singela ilusão,
Ronda nossos sonhos e todos os desejos.
Ousei e, a partir de uma tela fria e virtual,
Levitei entre o desatino do desejo e o real.
Cada parte de você que a estática moldura revela
Afaga-me o desejo de um pouco mais desnudar...
Recuso-me a admitir que este corpo à beira-mar,
Ondulado e perfeito pelas intocáveis mãos divinas,
Lance mão da primazia de fêmea que me desatina.
Cada parte de mim é um desejo, desejo pleno.
Acaricie meu doce ego – é tão simples, sabia?
Retire do corpo o que ainda há de vestimenta...
Ouse, tente! Ser mulher, ser fêmea é sempre genial!
Loucos são os homens que ignoram, sou lobo mau.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 10 de setembro de 2010.
20h56min