Óbito
Deixo, ó vida o óbito de tudo que nada fiz
Para ser aproveitado no futuro. . .
Minhas obras vazias,
Meus gastos instantâneos
Minhas condolências de felicidades,
Que não tive.
Deixo para outros
Que querem felicitar
Conjugalmente,
Não há herdade que registre
Minha dor. . .
De perder meu amor minha vida. . .
A vontade que se foi de viver. . .
Deixo óbito nas mãos do vento
Deixo minha alma nas mãos do tempo.
Que se registre na história
A memória do passamento desse tempo!
Deixo óbito e família. . .
Família de palavras mortas
Registradas a sangue de uma
Vida que se foi.
Óbito de vida passageira. . .
De vida que morre.
Óbito assinado pelos que vivem para morrer.