Óbito

Deixo, ó vida o óbito de tudo que nada fiz

Para ser aproveitado no futuro. . .

Minhas obras vazias,

Meus gastos instantâneos

Minhas condolências de felicidades,

Que não tive.

Deixo para outros

Que querem felicitar

Conjugalmente,

Não há herdade que registre

Minha dor. . .

De perder meu amor minha vida. . .

A vontade que se foi de viver. . .

Deixo óbito nas mãos do vento

Deixo minha alma nas mãos do tempo.

Que se registre na história

A memória do passamento desse tempo!

Deixo óbito e família. . .

Família de palavras mortas

Registradas a sangue de uma

Vida que se foi.

Óbito de vida passageira. . .

De vida que morre.

Óbito assinado pelos que vivem para morrer.

Patricius
Enviado por Patricius em 07/09/2010
Código do texto: T2482930