amor e dor (Percurso)
Fui a folha da qual a
Lagarta se alimentou.
Fui para ela energia,
A mão que tirou
Da lama os pés dela.
O verão que aliviou
O inverno.
Para ela o céu que abrandou o inferno
A salvação no desespero.
A sorte desperta
Teria uma morte se água
Para ela não fosse por perto.
Não sabes as saudades
Que fiz ela não poder sentir
Afastei dela os perigos
E tudo de mal que pudesse atingir.
Tive aqui com meu esforço.
Sofri só o transtorno.
A via por onde a voz dela se vez ouvir
A luz que te mostrou ao mundo.
Fui os víveres que a alimentou.
Fui a ledice que a alegrou.
Fui o amor que a amou.
Mas esqueceu o que a ela fiz
Sozinha se encasulou.
virou borboleta e voou
Esqueceu que quando esteve aqui
E em lagarta foi feliz.
Hoje nem saudade, nem vontade
Nem lágrima.
Nem pena.
Não resta em ti nada de lagarta.
A folha capenga, corroída, continua folha.
Sabe a lagarta que chegou o momento
De não ser lagarta mais.
Que sem energia na folha
Do que sugou
Sobra a vida dela
Para uma outra fase.
Agora o óbvio!
Qual o destino da folha?