Quando escrevo ela sempre vem ver o que é. ou lembrança de um tempo que passou.
Na mesa daquele bar
dividiamos tudo
vida em contos bem humorados
por vezes desgraçados
e atrapalhados momentos
nada passava em branco
as impressões sobre os vermes que nos rodeiam
até a esperança no dia em que o mar se tornaria agitado
e todo o trabalho gratificante
desce mais uma chefe
trincando
as duas da manhã
ouvindo Zeca do Trombone
proseando sobre a vida destes homens
que aqui gastam os agrodolares
enquanto dois subversivos
continuam a sonhar
publicar mais um livro
deixar de lado os vícios
mandar pra atmosfera
a ultima parcela do malandrinho que sobrou
falta grana e eu já estou devendo um monte
sorte aparecer na hora certa
uma nova fonte
amanhã pela tarde
encaro um freela
por enquanto hoje
segue a vida
depois a gente se ajeita
esquece da vida
e desce outra cerveja
esquece a mulher que me espera
esquece tudo que almeja...